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Vi à pouco um texto que me deixou boquiaberta com tamanha estupidez. Um grande texto sobre a minha geração nunca ter sido ensinada a lidar com frustrações e dificuldades.
Ora, todas as gerações tiveram pessoas pobres e trabalhadoras tal como pessoas afortunadas que, felizmente para eles, nunca tiveram que trabalhar muito para ter as coisas. Não critico estas últimas pessoas até porque se me fosse dada a hipótese adoraria estar no lugar delas.
Confesso que até aos meus pais se separarem nunca tivemos problemas financeiros cá em casa. O meu pai ganhava bem mas, mesmo assim, nunca fui criança de ter Internet em casa, roupas de marca, todos os brinquedos que queria ou consolas caríssimas. Tive uma Sega das mais baratas, com um jogo do Super Mario, que me durou dos 4 anos até ao final da adolescência. De brinquedos ia tendo algumas barbies que a minha mãe me comprava para brincar no hospital (tive vários problemas de saúde, uma beleza como eu lá teria de ter um defeito!). De resto divertia-me perfeitamente a desenhar ou a jogar o jogo dos nomes e cidades. Já agora, também gostava de andar na trotinete que a minha vizinha me deu. Um amor de senhora!
Quando os meus pais se separaram a minha mãe teve que arranjar um emprego para me sustentar (ou queriam que começasse a trabalhar ilegalmente aos 10 anos?). Durante dois ou três anos aqui em casa 5 pessoas sobreviviam com a reforma do meu avô e menos de 300€ de ordenado de part-time da minha mãe. Comprava uma camisola e um par de calças uma vez por ano. Não comprava cd's de música, não ia a concertos nem saía todas as noite com os meus amigos. Não havia dinheiro por isso não poderia haver vícios. Se queria um telemóvel novo juntava dinheiro que a minha mãe me dava para o lanche na escola e Às vezes levava sandes de casa para também juntar o dinheiro da senha da cantina. Chegava o Natal, Páscoa e aniversários, sempre me perguntavam o que queria e eu respondia...dinheiro. Tudo para juntar o suficiente ao final do ano!
Quando acabei o secundário não tirei a carta, nem me foi dado o primeiro automóvel. Não havia dinheiro para essas coisas. Tinha feito os meus 18 anos por isso comecei a fazer uns trabalhinhos no verão e entrei na faculdade. Manti os trabalhinhos apenas no verão para ter direito à bolsa de estudos. Caso contrário nunca teria tirado uma licenciatura (não que me tenha dado grande ajuda, mas isso é outro assunto!).
Na faculdade confesso que me pude dar ao luxo de sair à noite, ir a jantares, queimas e beber aqui e ali. Nada pago pelos meus pais, tudo dinheiro juntado por mim.
Neste momento, acabada a faculdade, dou-me ao luxo de ser mais vaidosa e gastar um dinheiro ou outro em coisas que eu quero. Confesso que ainda vivo em casa dos meus avós, pelo simples facto que tenho um trabalho a part-time e não um trabalho seguro a tempo inteiro. Não estou a viver aqui porque me é apenas mais confortável. Se soubesse que sobreviveria com o meu salário abdicaria de superficialidades para ter o MEU sítio.
Continuo também com a mania de juntar dinheiro ao longo do ano. A diferença é que desta vez não é um telemóvel mas sim a minha carta de condução. E, se Deus quiser, em 2014 lá estarei a juntar dinheiro para o meu primeiro pópó. Em segunda ou terceira mão, não me interessa!
E com isto apenas quero explicar que ninguém tem o direito de apontar o dedo e acusar esta ou aquela geração. Sempre houveram e sempre haverão grupos de pessoas boas e grupos de pessoas menos boas. É de uma tremenda estupidez achar-se perfeito o suficiente para generalizar toda uma geração que de homogénea não tem nada.
Tens TANTA razão no que dizes! :) Também sou assim. Sempre tive que lutar por tudo o que tenho e por tudo o que quero alcançar no futuro!
ResponderEliminarNinguém tem o direito de apontar o dedo, seja em que situação for! O melhor é tratarem das suas vidas e deixarem os outros em paz.
Deixei um miminho para ti no meu blogue!
Beijinhos